sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Democracia e participação do Cidadão



Gostaria de partilharum pequno texto que retirei  do livro escrito por  Alexis Tocqueville em 1835 “Democracia na América”
.
"Quando há grandes perigos que ameaçam o Estado, vê se muitas vezes o povo escolher, acertadamente, os cidadãos mais aptos para o salvar. Já se observou que, perante um perigo iminente, o homem raramente permanece no seu nível habitual: ou se eleva bastante acima dele ou cai muito para baixo. 
Assim acontece aos próprios povos.
Em vez de elevarem uma nação, os perigos extremos acabam, às vezes, por abatê-la: exaltam as suas paixões sem as conduzirem e, longe de clarificarem a inteligência, toldam-na...
... Mas, habitualmente, quando há perigos iminentes, costumam nascer virtudes extraordinárias, quer nas nações, quer nos homens.
Os grandes caráteres destacam-se então, qual monumentos que a obscuridade da noite ocultava e que, de repente, são revelados à luz de um incêndio.
O génio já não repele a ideia de avançar por si próprio e o povo, tocado pelos seus próprios perigos, esquece, por um tempo, as paixões invejosas. Nessa altura, não é raro ver sair nomes célebres da urna eleição.
Disse atrás que, na América, os homens de Estado dos nossos dias parecem muito inferiores àqueles que apareceram há cinquenta anos à frente dos assuntos do Estado.
Isso não se deve apenas às leis, mas também às circunstâncias.
Quando a América lutava pela mais justa das causas, a de um povo escapando ao jugo de outro, quando se tratava de inscrever uma nova nação no mapa do Mundo, todos se elevavam para estarem à altura da finalidade dos seus esforços. 
Nessa excitação geral, os grandes homens corriam diante do povo e este, adoptando-os, deixava-os dirigi-lo. 
Mas semelhantes acontecimentos são raros; é sobre o andamento comum das coisas que é preciso ajuizar.
Se os acontecimentos passageiros conseguem por vezes combater as paixões da democracia, as luzes e, sobretudo, os costumes exercem sobre as suas tendências uma influência não menos poderosa e mais durável."

(in Democracia na América - Alexis Tocqueville)

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