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texto que retirei do livro escrito
por Alexis Tocqueville em 1835 “Democracia
na América”
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"Quando
há grandes perigos que ameaçam o Estado, vê se muitas vezes o povo escolher,
acertadamente, os cidadãos mais aptos para o salvar. Já se observou que,
perante um perigo iminente, o homem raramente permanece no seu nível habitual:
ou se eleva bastante acima dele ou cai muito para baixo.
Assim
acontece aos próprios povos.
Em vez de
elevarem uma nação, os perigos extremos acabam, às vezes, por abatê-la: exaltam
as suas paixões sem as conduzirem e, longe de clarificarem a inteligência,
toldam-na...
... Mas, habitualmente, quando há perigos iminentes, costumam nascer virtudes extraordinárias, quer nas nações, quer nos homens.
... Mas, habitualmente, quando há perigos iminentes, costumam nascer virtudes extraordinárias, quer nas nações, quer nos homens.
Os grandes
caráteres destacam-se então, qual monumentos que a obscuridade da noite
ocultava e que, de repente, são revelados à luz de um incêndio.
O génio já
não repele a ideia de avançar por si próprio e o povo, tocado pelos seus
próprios perigos, esquece, por um tempo, as paixões invejosas. Nessa altura,
não é raro ver sair nomes célebres da urna eleição.
Disse atrás
que, na América, os homens de Estado dos nossos dias parecem muito inferiores
àqueles que apareceram há cinquenta anos à frente dos assuntos do Estado.
Isso não se
deve apenas às leis, mas também às circunstâncias.
Quando a América lutava pela mais justa das causas, a de um povo escapando ao jugo de outro, quando se tratava de inscrever uma nova nação no mapa do Mundo, todos se elevavam para estarem à altura da finalidade dos seus esforços.
Quando a América lutava pela mais justa das causas, a de um povo escapando ao jugo de outro, quando se tratava de inscrever uma nova nação no mapa do Mundo, todos se elevavam para estarem à altura da finalidade dos seus esforços.
Nessa
excitação geral, os grandes homens corriam diante do povo e este, adoptando-os,
deixava-os dirigi-lo.
Mas
semelhantes acontecimentos são raros; é sobre o andamento comum das coisas que
é preciso ajuizar.
Se os
acontecimentos passageiros conseguem por vezes combater as paixões da
democracia, as luzes e, sobretudo, os costumes exercem sobre as suas tendências
uma influência não menos poderosa e mais durável."
(in Democracia na América - Alexis Tocqueville)
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